18 de jul. de 2018

A essência do amor e saber aproveitar o presente em The 100th Love With You

Bora de mais resenha? Ou não bem uma resenha apenas, mas também um desabafo sobre todas as emoções e pensamentos que tive ao me deparar com esse j-movie esses dias e, ao assisti-lo hoje, acabar me surpreendendo muito positivamente com ele, ao ponto de se tornar um dos meus favoritos rapidamente! 

The 100th Love With You (ou Kimi to 100 Kaime no Koi) é um filme japonês de romance e fantasia de 2017 dirigido por Sho Tsukikawa e com roteiro original de Satomi Oshima.

O enredo segue um grupo de cinco amigos que formam uma banda chamada Stroboscorp e que estão prestes a fazer sua última apresentação de um festival da cidade antes da partida da vocalista, Hinata Aoi (interpretada por Miwa), para um intercâmbio na Inglaterra dali a poucas semanas. As coisas seguem em ritmo normal, até que no dia 31 de Julho, após o festival, Aoi sofre um acidente. No minuto seguinte, porém, ela desperta exatamente na sala de aula uma semana antes, e logo vem a descobrir que seu amigo de infância, Hasegawa Riku (interpretado por Kentaro Sakaguchi) foi o responsável pelo feito e, mais ainda: ele pode voltar no tempo. Com uma nova oportunidade de consertar erros e fazer diferente dessa vez, Aoi também resolve contar sobre seus sentimentos por Riku. Mas cedo ou tarde o dia 31 de Julho chegará novamente e paira a dúvida: eles poderão mudar o futuro dessa vez?

Sabe aquela sensação de se deparar com algo quase ao acaso e, no caso de um filme, começar a ver bem despretensiosamente até se ver imerso na história e não querendo largá-la um só segundo? Foi mais ou menos assim que esse j-movie chegou na minha listinha de filmes por assistir até se tornar um verdadeiro favorito ao final, por uma série de fatores que me empolgaram e agradaram tanto que espero conseguir reunir as palavras certas para falar sobre à seguir. 

Primeiramente, quem conhece meu amor pelos doramas e produções asiáticas, sabe que o que amo nessas histórias é o cuidado que eles muitas vezes tem ao abordar o romance na tela. Eu assumo que sou das antigas e, portanto, amo o enfoque no sentimento dos personagens, os gestos simples e meigos mas que transmitem igual amor e emoção pela telinha, como um beijo na bochecha ou na testa, mãos dadas, abraços por trás e afins, então por isso só o romance presente no filme me ganhou logo de cara! Junto ao clichê dos amigos de infância, acompanhamos breves cenas como a acima de Riku tocando violão e cantando para Aoi e vemos eventuais cenas em que o próprio usou da habilidade de voltar no tempo para surpreender a amiga e fazer coisas especiais em seus aniversários, então também parte de uma promessa de que ele fez à ela sobre comemorar cada data até seu centésimo ano. 

Assim, mesmo por entre a faceta aparentemente distante de Riku nos primeiros minutos de filme contrastando com o jeito alegre e alto astral de Aoi, logo vemos eles se completando e sendo uma total harmonia, não apenas no âmbito musical - uma vez que, inclusive, ele a ajuda a compor as músicas da banda -, mas mais ainda numa explosão de companheirismo e respeito que muito me fez sorrir. 

No entanto, a beleza do filme não para por aí porque nem só de romances se faz uma história - ainda mais uma com viagem no tempo no meio. Aliás, não é de hoje que gosto de histórias com esse pano de fundo e todo o questionamento de "e se pudéssemos voltar no tempo, o que mudaria?", então, junto ao romance, também paira entre o casal a questão sobre o dia 31 de Julho que logo voltará a chegar, e as coisas ficam ainda mais tensas quando em um desses vai e vem no tempo, o acidente acontece de fato e só é impedido de virar concreto pelo rapaz. Assim, dividido entre o romance e a fantasia, o filme também tem uma pegada intensa de drama sobre as incertezas do amanhã e que, quaisquer que seja o resultado, devemos aproveitar ao máximo o agora para que não restem arrependimentos mais tarde. É um pensamento aparentemente banal e que pode-se pensar que é algo automático e pronto, mas assistindo ao filme, mesmo que nele ganhe um sentido extra, a verdade é que é algo que continua a acontecer na realidade e que muitos acabam deixando passar por, ao só pensar no futuro, não lembrar de também dar atenção ao agora e principalmente a quem se ama, que também é uma das essências principais do amor como um todo.

E para fechar com chave de ouro, o filme ainda traz uma ótima carga musical e que, diferente do que eu pensava, não tem uma banda no contexto como mero detalhe, mas que, ao invés disso, realmente enche as cenas com músicas que não só falam o que os personagens sentem como, também, descreve a mensagem do filme praticamente de uma vez só. A começar pela música do início, com um toque animado e alegre, típico da protagonista, até se aproximar do final e trazer duas canções que me fizeram chorar como bebê e sorrir como criança ao mesmo tempo de tão lindas e cheias de significado dentro e fora da trama. A música abaixo é uma delas, chamada Aiokuri, e foi de longe a minha preferida no filme junto com a cena inteira por ser em plena apresentação do festival. É um conjunto tão lindo de cena, de momento que os personagens, cada um deles, está vivendo, e do amor ao redor do casal que é impossível ficar indiferente à cena. 


Assim, faz-se um conjunto de fatores que culminaram num filme que, na minha humilde opinião, pode ser considerado uma obra de arte porque, mesmo com pouco, se diz e faz refletir sobre muito, e mesmo ao final do filme continuamos pensando sobre ele e sorrindo com os momentos lindos da trama, mesmo por entre o drama e as incertezas, mas, afinal, a vida é assim mesmo, não é? Então fiquem com essa recomendação de filme japonês que eu não esperava tanto, mas acabou sendo um muito e me conquistando demais. ❤️